segunda-feira, 26 de novembro de 2007

"Wellington Dias não declarou apoio mas nutre simpatia pelo nome de Novo"




A forma como a mídia enfoca a disputa entre os candidatos pela presidência do PT confunde mais a opinião pública do que a informa. Parece até uma coisa intencional. Muitos repórteres, ajudados pela falta de experiência dos editores no exame dos fatos, não têm o cuidado de analisar, por exemplo, que a eleição para presidente do PT está decidida; a favor do candidato e futuro suplente de deputado convocado, Fábio Novo. É fácil perceber isso. Não por acaso, Novo é o candidato do campo majoritário do partido, que detém entre 60% e 65% dos votos dos delegados à convenção regional, marcada para o dia 2 de dezembro.

O candidato e diretor do Detran, Jesus Rodrigues, o único dos três oposicionistas que mais faz estardalhaço, lançou-se como postulante ao cargo por uma dissidência inexpressiva que não põe em risco a hegemonia do grupo Unidade da Luta. Sem chance alguma de vencer a disputa, lança-se num propósito de minar o candidato do grupo majoritário para fazê-lo cair em desgraça com a cúpula petista. Rodrigues pertence ao campo majoritário. Desde o início que se opôs ao nome de Fábio Novo, lançando o nome da coordenadora do Fome Zero Rosângela Souza. Ela perdeu na prévia, mas ele não se convenceu e lançou-se ele mesmo.

Para se saber como a eleição está definida, basta ver que Fábio Novo é apoiado por todos os secretários e quase todos os auxiliares dos escalões do governo ligados ao PT; por cinco dos seis deputados estaduais (exceto Magalhães , que tem seu candidato), inclusive Flora Isabel, prima de Rodrigues; e para arriscar os dois deputados federais. Do interior, a grande maioria dos delegados municipais vota nele.
E por fim, o governador Wellington Dias não declarou apoio mas nutre simpatia pelo nome de Novo. Talvez seja todos esses elementos mais o fato de Novo não ser um militante histórico que cause tanto inconformismo no diretor do Detran.

Outro detalhe que merece exame antes de se lançar ao açodamento de divulgar os fatos que ocorreu na campanha, é o fato de as disputas acirradas dentro do PT serem comuns como é em qualquer partido. Quem não lembra o racha interno no PMDB quando Mão Santa quis ser candidato a governador em 2006 e a outra banda queria aliança com o PT? E a divisão no PFL, uns querendo aliança com o PSDB e outros não? Isso é normal. O enfoque que a mídia hoje dá a essas escaramuças extrapola o limite do exagero. No fim tudo se normaliza. É só aguardar passar a convenção para se notar que a disputa não comprometerá as relações internas.

Paulo Fontelene

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