sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Paulo Fontelene: Dissidência no PT quer provocar "terceiro" turno





Ainda que tenha confirmado sua hegemonia no comando do PT estadual elegendo o deputado Fábio Novo presidente do partido, a tendência conhecida como Campo Majoritário saiu da disputa arranhada e pode ter dificuldades futuras, a não ser que o novo presidente consiga sanar as seqüelas que ficaram do enfrentamento. Ao não reconhecer publicamente a derrota, o diretor geral do Detran, Jesus Rodrigues, dá mostras de inconformismo e é muito difícil que aceite a proposta do presidente eleito de desarmamento dos espíritos, a fim de que juntos todos possam revitalizar as bases petistas preparando-as para as eleições de 2008.

Os petistas voltaram a se reunir na noite de quarta-feira (19) para uma confraternização. Mas é bom ressaltar que a confraternização era do governo, não do PT. Por isso, houve festa apesar de o candidato derrotado Jesus Rodrigues ter se comportado dando sinais de revanchismo. Ele anunciou na ocasião, sua idéia de lançar o diretor da TV Educativa do Piauí, o ex-vereador Rodrigo Ferraz, pré-candidato a prefeito de Teresina na convenção do partido no próximo ano. Claro, trata-se de uma idéia retaliativa, porque como Fábio Novo, Ferraz tem origem política no PSDB, por onde foi vereador da capital, da mesma forma que o novo presidente petista.

Rodrigues talvez não tenha se dado conta que o deputado Nazareno Fonteles não é candidato do Campo Majoritário, mas de si mesmo, embora tenha apoio nas diversas tendências do PT, como as que apoiaram seu nome na campanha do segundo turno na eleição para presidente do partido. Fonteles, inclusive, decidiu se manter à distância na campanha presidencial, não declarando apoio público a nenhum dos postulantes, justamente para não arranhar suas relações com os vários grupos. A sugestão do nome de Rodrigo Ferraz pode não prosperar, pois nem o próprio Ferraz sabe que seu nome está sendo colocado no meio do fogo.

A atitude do diretor geral do Detran é um sinal claro de que as contradições internas petistas não tendem a ser controladas tão cedo, mesmo que a campanha já tenha passado e a eleição acabado. O candidato derrotado tem projetos políticos pessoais e avalia que mantendo vivo o movimento dissidente que criou dentro da ala majoritária do PT possa com isso ganhar espaço na mídia para não ficar isolado na cena política. Analisando por um ângulo de melhor visão, percebe-se aí a intenção deliberada de Jesus Rodrigues de provocar no PT a realização de um terceiro turno com o claro propósito de se beneficiar política e eleitoralmente dele.
Fonte: Portalaz.com.br - Paulo Fontenele

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